
Nenhuma empresa sobrevive por décadas sem um plano claro para sua continuidade. O planejamento sucessório, portanto, é um movimento estratégico para a proteção de um patrimônio.
Engana-se quem o entende apenas como uma formalidade: só esse plano bem traçado pode garantir a segurança financeira de famílias e manter a estabilidade de negócios quando o(a) titular não estiver mais no comando.
E é melhor colocá-lo no papel o quanto antes do que adiá-lo, palavra de especialistas. Quem nunca viu uma empresa próspera enfrentar desafios que poderiam ser evitados só porque a sucessão acabou sendo planejada tarde demais?
A devida antecipação ajuda a evitar burocracias, disputas e problemas na Justiça, pagamentos de cargas tributárias altíssimas etc. Neste artigo, vamos lhe ajudar a pensar e agir.
O que é e como funciona um planejamento sucessório?
O planejamento sucessório é a união de diversas estratégias jurídicas e financeiras para que a pessoa dona de uma empresa organize a transferência de seu patrimônio e de suas responsabilidades a sucessores ou herdeiros.
Ele reduz gastos, chances de conflitos e dores de cabeças que perduram por anos, então, o melhor que um titular de negócios pode fazer para evitar burocracias ou problemas sérios quando não estiver mais no comando de seus bens é organizá-lo de forma cautelosa – e com antecedência.
Ainda, atuais ou futuros donos de empresas que se preocupam com esse tema devem buscar uma consultoria especializada em planejamento sucessório para desenhar um plano que contemple questões tributárias, jurídicas e operacionais de forma eficiente.
Se você ainda não está certo(a) sobre priorizar essa preocupação, a lista do próximo tópico pode ajudar.
Quais as vantagens de um bom planejamento sucessório?
Empresas cujo(a) titular organiza o planejamento sucessório com antecedência e estratégia saem ganhando financeiramente, mas não só isso.
São várias as vantagens dessa iniciativa, dá uma olhada!
- Pagar menos impostos
- Economizar em honorários advocatícios
- Eliminar burocracias de inventários
- Evitar brigas entre herdeiros
- Certificar-se de que serão seguidos os desejos do(a) titular
- Garantir a continuidade das operações
- Proteger o patrimônio
- Preparar herdeiros e sucessores para assumir responsabilidades
- Garantir acesso rápido dos sucessores a recursos financeiros
Os benefícios independem do mecanismo de planejamento: holding familiar, doação de bens em vida, testamento, trusts etc. Aliás, você gostaria de compreendê-los brevemente?
Mecanismo | Especificidade |
---|---|
Holding familiar | Centralização do patrimônio em uma única pessoa jurídica, facilitando a gestão |
Doação de bens em vida | Acontece quando o titular repassa seus bens aos sucessores ainda vivo |
Testamento | Instrumento jurídico que determina a distribuição dos bens entre herdeiros |
Seguro de vida | Também instrumento jurídico, representa o pagamento de valores predeterminados aos sucessores |
Trust | Estrutura internacional escolhida por famílias que têm patrimônio globalizado |
A escolha do modelo ideal dependerá do volume de patrimônio, da estrutura societária da empresa e dos objetivos do titular, dentre outros fatores.
Como fazer um planejamento sucessório do jeito certo?
As quatro principais etapas de um planejamento sucessório estratégico e eficiente são: avaliação do patrimônio, definição de objetivos, escolha do mecanismo e formalização. Além delas, considere a contratação de especialistas e a revisão periódica da escolha.
Acompanhe o passo a passo completo que vem adiante, seja você titular ou não de uma empresa.
1. Antes de tudo, avaliar o patrimônio
A primeira etapa do processo é a reunião de informações concretas sobre todos os bens e ativos financeiros que devem ser passados a sucessores. Identificar cada um deles e escolher aqueles que realmente precisam ser protegidos será imprescindível.
2. Determinar os beneficiários e objetivos da sucessão
Então, virá a definição dos motivos pelos quais o planejamento está acontecendo: reduzir pagamentos de impostos, garantir que uma pessoa específica assuma o controle da empresa ou outra razão?
Junto com isso, será importante definir quem vai receber cada bem e ativo.
3. Fazer a escolha o tipo de planejamento
De acordo com o patrimônio avaliado e os objetivos e beneficiários previamente definidos, o(a) titular precisará escolher o modelo de planejamento sucessório.
Observação: se, nas outras etapas, consultores, contadores e advogados ainda não tiverem entrado em cena, a partir desta, eles serão fundamentais.
4. Formalizar o projeto, implementando-o
Uma vez percorrido todo o caminho técnico, o último passo será formalizar a sucessão, lidando com as burocracias e regularizando documentações necessárias.
Aqui, os sucessores devem ser comunicados pelo(a) titular sobre tudo o que está acontecendo – e o que se espera deles.
5. Monitorar a sucessão
Como em qualquer outro acontecimento corporativo, monitoramentos constantes e revisões periódicas terão seu espaço reservado no caso de planejamentos sucessórios.
Especificamente as revisões devem acontecer dentro dos seguintes contextos:
- Novidades no patrimônio
- Alterações na legislação
- Mudanças na família
- Longo tempo desde a primeira versão
Ou em qualquer outro caso em que sejam consideradas necessárias pelo(a) titular.
Precaver-se hoje é ter e oferecer a outros um amanhã mais tranquilo, e construir um patrimônio é jogar metade do jogo, porque o segundo tempo começa na hora de garantir continuação do legado. A bola está com você!